A começar pela delimitação do termo contemporâneo e, também, ao que alguns autores citam como pós-modernismo, suas características e principais preceitos na evolução temporal da arte. Trilhamos, dentro da história, a representação simbólica da arte de forma a percorrê-la pelos diferentes movimentos artísticos, a fim de descrever suas principais características, artistas e obras, relacionando-os com o objeto de estudo nesta pesquisa.
gororoba imagem de jornal da época, de uma das exposições |
Mostra também, que a arte, por mais que artistas, críticos e historiadores queiram negar, sempre foi impulsionada pela arte estrangeira. Antes a Européia, que com o Modernismo, passa a ter como centro dispersor, os Estados Unidos, chegando ao eixo Rio/São Paulo, para somente depois abranger o resto do Brasil, assim como o Maranhão.
A pesquisa traçou todo esse processo demarcando a arte estrangeira, a brasileira e a maranhense, que partindo da década de 1970, se restringe às consultas ao livro produzido pelo extinto Banco do Estado do Maranhão, a algumas monografias de conclusão de curso de graduação, aos jornais da época e, principalmente à memória oral pelo contato com alguns artistas e estudiosos sobre a arte em São Luís, comentários referentes à vivência da comunidade artística e de críticos de arte durante o período, que se dispuseram a compartilhar tais informações. No entanto, Houve uma grande lacuna deixada por artistas que participaram das exposições, a grande maioria não se dispôs, ou manifestou interesse em pronunciar-se, até mesmo em ceder materiais, como imagens e documentos.
jornal da época, divulgando uma das exposições |
Os trabalhos reunidos, constituem apenas uma porção muito pequena do que houve nas quatro exposições, necessitando de um espaço de tempo maior para uma pesquisa mais detalhada e minuciosa. É palpável a extensão que se tornou a pesquisa deste grupo. Cada consulta aos arquivos de jornais nos surpreendia juntamente com os artistas do grupo que nem tinham conhecimento de sua abrangência e de ainda haver tantos registros de obras que em sua maioria têm paradeiro desconhecido. Tantas informações os causaram um sentimento de emoção e nostalgia por terem participado de um acontecimento tinha um viés de luta pela garantia de liberdade de expressão e pela busca de inovação artística.
Na história da Arte, o posicionamento político através da arte é sempre revisitado, como no Realismo, Expressionismo e por artistas como os mexicanos Diego Rivera, José Clemente Orozco e Davi Alfaro Siqueiros em sua arte mural na década de 1920, que tinha o objetivo de pintar para o povo. Segundo Castelani, só mesmo o mural poderia redimir artisticamente um povo que esquecera a grandeza de sua civilização pré-colombiana durante tantos séculos de opressão estrangeira e de espoliação por parte das oligarquias nacionais culturalmente voltadas para a metrópole espanhola. Os muralistas constituíam um grupo atuante e criativo que formava a vanguarda cultural revolucionária do México, com forte sentido do valor social de sua arte. Intenções semelhantes?
O grupo possuía visão partidária. Arte deve se posicionar sim! Com envolvimentos em diretórios acadêmicos, partidos políticos e sindicatos. Fatores que incentivavam a utilização de temas que retratam esse tipo de estética mobilizando e contextualizando diversas linguagens artísticas à história sócio-política na Arte local. Mostraram também uma diversificação de estilos, técnicas e materiais.
Joaquim Santos s/ titulo |
1ª Exposição: junho do ano de 1977 em comemoração ao aniversário de fundação do teatro Artur Azevedo.
Murilo Santos, instalaçao |