quinta-feira, 5 de novembro de 2020

POR PROJETOS Artísticos e Literários nas escolas

          É necessário possibilitar a realização de atividades artísticas e literárias nas escolas, direcionando ações que disseminem tipos de leituras, com intuito de sensibilizar e despertar o interesse pelo gosto de ler.

          Atividades artísticas como: práticas de contação de histórias, leituras dramáticas, recitais, oficinas de ilustração, de quadrinhos, de tangram, de teatro jornal, premiações literárias, podem festejar a proximidade dos alunos com a leitura, em paralelo com ações mais usuais, ligadas à literatura, como: rodas de conversas com escritores, sessões de autógrafos, ambientação de espaço para os eventos, troca-troca literário, clubes de leituras, exibições de adaptações cinematográficas, etc. 

Cercá-los de atividades alusivas à literatura fomenta o interesse pela leitura!

            Entendemos que a escola não é mais um dos espaços no qual ocorrem o encontro com os livros, mas que a leitura, institucionalizada pelo vinculo escolar, está longe de esgotar todas as possibilidades do ato de ler.  

            A atuação de projetos com atividades literárias nas escolas, visam atender os seguintes alunos: os que não dominam o código; os que dominam o código, mas não atribuem sentido ao que lêem; alunos que não lêem muito; alunos que lêem na escola textos que estão distantes do seu dia-a- dia; alunos que sentem vergonha de ler, em voz alta ou em sala de aula; alunos que possuem famílias com histórico de baixo índice de leitura; alunos que não costumam fazer produções em sala de aula, na escola ou fora dela; alunos que nunca lêem e ainda alunos que desenvolveram a competência leitora, mas não adquiriram o hábito ou prazer pela leitura. 

             Ler é produzir sentido e ser influenciado pelo texto, interpretando e atribuindo algum significado. Com esta lógica, consideramos importante a criação de situações para que o exercício da leitura e da escrita produzam reações, interação e motivação para a construção do conhecimento, deixando de ser uma atividade mecânica, desinteressante ou mera decodificação de sinais gráficos, com o  risco de não atingir metas e resultados.

               A arte entra neste contexto, no sentido de chamar atenção, motivar, sensibilizar para ofertar ao aluno possibilidades.

             A oferta  de literatura voltada para a arte ainda é escassa, professores, pesquisadores, voltados para as áreas de Arte - em suas quatro linguagens, Cultura -em sua ampla concepção, Ciências Sociais, Filosofia, Educação. poderiam se sensibilizar para a escrita e publicação de livros diversos para esta demanda (Dramaturgia, biografia de artistas, poesia infanto-juvenil, contos infanto-juvenis, temáticas sociais, ambientais, econômicas, juventude - em suas inquietações e anseios, velhice, meninice, mulher, xenofobia, homofobia, machismo, ...).

         Lembrando que todas as possibilidades de ofertas de leitura tem repercussão na sala de aula.

             Aumentar o vocabulário do estudante, incentivar o domínio de uma temática (escolhida por ele – “Projeto de vida”), abraçar uma causa, construir e se identificar, busca da identidade, são nossos sinceros anseios.

            Até aqui, foram muitas atividades desenvolvidas nessa busca pelo compartilhamento do gosto pela leitura ou fruição da arte, através dela...
          Compartilho aqui o vídeo com a entrevista concedida ao Projeto Derresol Cultural, do Sesc Maranhão e o detalhamento de algumas atividades desenvolvidas nas Escolas Públicas da Rede Estadual de Ensino.



1. 15 MINUTOS PARA LEITURA



2. LER A VIDA













Continuidade.... Ações literárias




3. Segunda Edição do Projeto Ler a Vida

O autor de livros de aventura infanto-juvenil, Samir Machado, do Rio Grande do Sul, falou para os estudantes sobre a sua trajetória e também da importância de ler e compartilhar conhecimento.

“É muito importante ter estes eventos que estimulem a leitura e esse contato com escritores, do ponto de vista de que eu próprio quando criança no colégio tive professores que estimulavam a leitura. Eu tive contato com alguns escritores que foram ao meu colégio e gostar de ler é o primeiro passo para ter uma vida mais rica. Quando as pessoas começam a ler muitas histórias, elas começam a conversar entre si, percebem que elas têm opiniões em comum e formam um senso de comunidade”, explicou o escritor Samir Machado.



4. Estruturando locais para leitura: BIBLIOTECA


Uma escola deve ter sua biblioteca organizada, estruturada e receptiva

Apresentação de comunicação no I SEMINÁRIO DE LÍNGUA, FICÇÃO E ARTE – SELFA 
V SEMINÁRIO DE LÍNGUA E LITERATURA HISPANO-AMERICANA - 
SELLIH 
TEMA: Outros diálogos: linguagens e culturas compartilhadas 
 
 
DIAS 05 E 06 DE NOVEMBRO DE 2020


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sexta-feira, 26 de junho de 2020

ARTES VISUAIS NO MARANHÃO até a década de 1990

Mapa da arte contemporânea e maranhense
      

      Muitos artistas maranhenses formaram-se pelo curso de Educação Artística UFMA, Implantado em 1971. Dentre os quais figuram-se Ana Borges, Airton Marinho, Ciro Falcão, José João Santos Lobato, Donato Fonseca, Paulo César, Rosilan Garrido, Eugênio Araújo, dentre outros.
Entre os acontecimentos que nortearam o período destacam-se as fundações do Centro de Arte Japiaçú em 1972, do Museu Histórico e Artístico do Maranhão em 1973 e a criação da Associação dos Artistas Plásticos do Maranhão em 1976 pelos pintores Nagy Lajos, Ambrósio Amorim, José João Lobato e Jesus Santos.
      Surgiram movimentos como o Antroponáutico de 1972 que, por sua vez, influenciou o Movimento Gororoba da década de 80, que teve como participantes representantes das diversas modalidades de arte como Valdelino Cécio, Sérgio Abib, Josias Sobrinho, César Teixeira, Paulo César e Ciro Falcão. Além do movimento Mirarte de 1982, fundado por Fernando Mendonça e Marçal Athaíde, que recebeu influência do artista Rubens Gerchman. Na mesma década alguns artistas iniciam estudos com o artista húngaro Nagy Lajos.
       Os anos 90 foram marcados pela realização anual, de 1991 até 1996, da Coletiva de Maio no Salão de Maio do Convento das Mercês, sede da Fundação José Sarney. Patrocinada pela Universidade Federal do Maranhão, pela Alumar e sob coordenação de Maria do Carmo Cabral Marques, promovia mostras que difundia a produção artística contemporânea local.
      Outro evento que norteia a cultura local é o Concurso Literário e Artístico Cidade de São Luís criado em 1955 e hoje instaurado como lei municipal. Promovido pela Prefeitura Municipal de São Luís, através da Fundação Municipal de Cultura, realiza premiações nas áreas de artes visuais e literatura.
Seguindo tendências e manifestações artísticas ancoradas por movimentos contemporâneos, artistas como Didi Muniz e Marlene Barros, entre outros, utilizam instalações e vídeo instalações como forma de expressão artística.
       Aliados a esse fato ampliaram-se os espaços que divulgam e incentivam as manifestações artísticas maranhenses com exposições permanentes e temporárias como: o Centro de Cultura Popular Domingos Vieira Filho, o Convento das Mercês e o Palácio dos Leões. E espaços que exibem mostras temporárias como o Palacete Gentil Braga e a Galeria de Arte do Serviço Social do Comercio – SESC.

Veja mais sobre a História da Arte Contemporânea aqui: http://frarte.blogspot.com/2007/12/arte-contempornea.html

Confira ainda meu estudo sobre a Arte Contemporânea Brasileira: http://frarte.blogspot.com/2007/12/arte-brasileira.html

Confira as biografias de grandes artistas maranhenses nos Canais da Tv Mavam:

1 ANA BORGES

2 AIRTON MARINHO

3 CIRO FALCÃO

4 CLAUDIO COSTA

5 DILA

6 FRANSOUFER

7 LUIS CARLOS

8 FERNANDO MENDONÇA

9 JESUS SANTOS

10 MARÇAL ATHAYDE

11 MARLENE BARROS

12 MIGUEL VEIGA

13 MONDÊGO

14 PAULO CÉSAR

15 PÉRICLES ROCHA

16 THIAGO MARTINS

17 ROSILAN GARRIDO


Fonte: CANTANHEDE, João Calos Pimentel. Veredas Estéticas.

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Projeto Reler: Releituras de obras de arte


O Projeto Reler teve início no ano de 2015, como resultado de trabalhos realizados nas atividades da Disciplina de arte, em escolas da Rede Estadual de Ensino no Maranhão.
Conhecer as regras para a leitura de imagem propicia o entendimento e  a valorização das manifestações artísticas visuais, possibilitando a fruição e a prática de produção de obras de arte.
Ao longo das atividades, que dão corpo ao Projeto, convergimos constantes referências às competências gerais da Base Nacional Curricular Comum, que devem ser desenvolvidas de forma integrada ao longo do Ensino Médio da Educação Básica. Tais competências foram definidas a partir dos direitos éticos, estéticos, culturais, étnicos, sociais e políticos, assegurados pelas Diretrizes Curriculares Nacionais e conhecimentos, habilidades, atitudes, valores essenciais para a vida no século 21.

1ª edição: Re-LER a arte

Iniciamos o Projeto, aliando a história da arte com performances teatrais, registradas através da fotografia. Como uma releitura pede uma interferência pessoal, os alunos tiveram o desafio de reler obras que os mesmos selecionaram, agregando a temática da literatura. A Exposição das obras aconteceram durante a Feira do Livro de São Luís.
A qualidade surpreendente pedia uma maior valorização e repercussão. As fotos foram impressas em fuan (placas de isopor revestidas em papel) na dimensão de 30x40 cm e expostas na galeria de arte do espaço da Seduc na 9ª Feira do Livro de são Luís em outubro de 2015, um mês depois os 36 (trinta e seis) trabalhos foram expostos na Praça Maria Aragão durante a semana de Ciência e Tecnologia, promovida pelo Governo do Estado. Um ano depois, foi exposta novamente na Galeria de arte do Shopping da Ilha.




2ª edição: Re-VER o negro

                 Nesta edição, as fotografias resultaram das pesquisas e trabalhos dos alunos sobre a representação do negro na pintura ao longo da história da humanidade. Um enfoque que versa sobre as políticas de promoção da igualdade racial e sua aplicabilidade dentro da Lei 10.639, que propõe novas diretrizes curriculares para o estudo da história e cultura Afro-brasileira e Africana.







                3ª edição: Reler Perfis

                  Em 2018 a técnica escolhida foi a pintura, para reler obras de arte, deflagradas como perfil artístico dos artistas, entremeando-se com os perfis físicos dos alunos. O resultado pode ser visto na matéria do site da Prefeitura de São Luís: http://www.agenciasaoluis.com.br/noticia/22721/.

A atividade foi desenvolvida sistematicamente, seguindo uma lógica sequencial, integrando os conteúdos de Arte Egípcia, Tipos de Perfis, biografias dos artistas Frida Kahlo, Salvador Dalí, Vincent Van Gogh, René Magritte e Pablo Picasso, envolvendo aulas expositivas e dialogadas, atividades de pesquisa e práticas de desenho e pintura. Por fim, os alunos visualizaram imagens de pinturas destes cinco artistas, reuniram-se em grupos, cada grupo definiu um artista a ser trabalhado, traçando, seu perfil estilístico e estético para ser relido no formato que resultou as pinturas.
Somamos 27 (vinte e sete) trabalhos com a dimensão de 60 x 90 cm, confeccionados em guache sobre papel 40kg. Emoldurados e com proteção de vidro, um apoio da Casa das Molduras.
As atividades desta edição foram realizadas ao longo de dois bimestres seguindo etapas que se interligam tomando um sentido completo de apresentação física. Os conteúdos foram aplicados, seguindo os seguintes passos conteudistas e metodológicos:
Arte Egípcia – Os alunos foram orientados sobre esta manifestação artística e sua importante representação pictórica. A arte do povo egípcio segue o cânone da Lei da Frontalidade, onde as pinturas parietais possuíram um importante papel para essa civilização que se desenvolveu às margens do rio Nilo na África. Elas foram utilizadas como uma forma de comunicação e reconhecimento facial, garantindo, assim, que os falecidos encontrassem seus corpos em suas tumbas para um “retorno” além-vida. A “Lei da Frontalidade” era um padrão de representação pictórica onde a divindade era representada com o rosto de perfil, de lado, em uma postura bastante rígida. Nela os personagens são mostrados com a cabeça, os braços e pernas de perfil, mas, com os olhos, os ombros e tronco voltados de frente para o observador.
Os alunos foram conscientizados que a representação de perfil é uma forma de reconhecimento biométrico imediato e de identificação única, desenvolvido pelo povo africano. É tão eficaz quanto o feito através dos olhos no reconhecimento pela íris, quanto o feito com a verificação da voz ou, ainda, o da mão, nas linhas únicas e pessoais codificadas na pele da palma e dos dedos, na digital.
Convite da Exposição que permaneceu no mês de dezembro e janeiro de 2018 na Galeria Trapiche. O Convite foi doado pelo Simproessema (Sindicato dos Professores).


No vernissage, houve apoio do Serviço Social do Comércio.









              
Apresentação da Orquestra de Cordas da Escola de Música Lilaah Lisboa e Curso de Música da UEMA




Com os artistas, alunos do 6º ano do Ensino Fundamental do CE. Força Aérea Brasileira
Os banners foram patrocinados pela Associação Maranhense de Arte Educadores - AMAE 
                A Secretaria do Estado da Educação do Maranhão - SEDUC, proporcionou participação e incentivo, junto à Escola organizadora. Disponibilizou a arte do material impresso, ônibus para transporte dos alunos na abertura da exposição e na recepção das obras na escola como acervo permanente do local.
Os registros do processo de produção:








4ª edição: Reler a arte patrimonial

O Projeto trouxe a aplicação prática das aulas sobre o conteúdo de Educação Patrimonial do 9º ano do Ensino Fundamental. Tratou em primeiro momento os conceitos de patrimônio e seus tipos de bens: MATERIAIS e IMATERIAIS. Em materiais, ou seja, tangíveis, de um povo (Abrange os museus, monumentos arquitetônicos, igrejas, bibliotecas, etc.), conhecemos o nosso acervo cultural.

No Maranhão temos:

*A cidade de ALCÂNTARA um conjunto arquitetônico e urbanístico foi tombado pelo Iphan, em 1948, quando tinha como limite todo o município, pois a cidade mantinha suas características urbanas e arquitetônicas do século XVIII. O tombamento justificou-se pela existência de um importante conjunto da arquitetura colonial luso-brasileira, consolidado durante todo o século XVII. 

*A cidade de SÃO LUÍS é reconhecida como Patrimônio Cultural Mundial pela Unesco desde em 1997, por sua tradição cultural rica e diversificada, além do excepcional exemplo da cidade colonial portuguesa, com traçado preservado e conjunto arquitetônico representativo. Preserva a malha urbana do século XVII e seu conjunto arquitetônico original, com cerca de quatro mil imóveis tombados: solares, sobrados, casas térreas e edificações com até quatro pavimentos. Tombado pelo Iphan, em 1974, o centro histórico - localizado na ilha de São Luís do Maranhão, na Baía de São Marcos - é um exemplo excepcional de adaptação às condições climáticas da América do Sul equatorial, e tem conservado o tecido urbano harmoniosamente integrado ao ambiente que o cerca.

O estudo do patrimônio no âmbito escolar é necessário, possibilitando sensibilizar e educar o estudantes para atuarem como agentes e multiplicadores da preservação de nossos bens, preparando-os para o exercício da cidadania. Como atividade prática, estudamos os azulejos de São Luís, símbolos ímpares de nosso patrimônio arquitetônico, mapeamos e os reproduzimos em papel e lápis de cor, depois criaram seus próprios azulejos em papel sulfite e pintaram-nos com tinta guache.

Os trabalhos artísticos foram colados formando um mosaico azulejar através da técnica do lambe-lambe, ensinada pelo artista plástico Marcos Ferreira Gomes. O painel foi impermeabilizado com verniz incolor e depois recebeu uma moldura de madeira.




5ª edição: Releitura, sou protagonista na arte




Nesta ultima edição, os alunos recriaram as imagens através de performances, agregando elementos e se posicionando como protagonistas na cena.
Cada trabalho foi impresso em gráfica e colados nas paredes como murais na técnica do lambe-lambe.


Ao reler uma obra, o aluno poderá interferir na sua composição original, este aspecto propicia a valorização de conhecimentos e experiências prévias agregadas às novas, e, assim, conduzir a atividade com liberdade, autonomia, criatividade, criticidade e responsabilidade.
A atividade busca prever o conhecimento das regras e normas para a leitura de imagem e exercitar a prática através da RELEITURA de obra, o que permite ao aluno reconhecer-se dentro de uma realidade no panorama artístico e cultural, partindo da visão do artista para a sua interpretação, onde irá se identificar e se reconhecer na obra de arte, onde a empatia é alçada quando o mesmo tem a autonomia para escolher a obra a ser relida e o tipo de intervenção a ser agregada.
As atividades em grupo são valorizadas, para que cada aluno produza como a peça de um mecanismo que faz surgir o produto final, numa composição fotográfica ou produção de vídeo, onde há, em torno de uma imagem retratada: o personagem, a produção do cenário, o registro por um terceiro membro, a sonoplastia, a caracterização com figurino, maquiagem, preparação de cena, coreografia.
A leitura de imagem propicia a interligação das linguagens artísticas, viabilizando a expressão e partilhamento de informações, experiências, ideias, sentimentos que fazem um sentido comum e compreensível ao aluno.
De Interpretar uma obra ao ato de reler, o aluno pode construir argumentação, precedendo das intervenções conteudistas apresentadas ao longo de um cronograma de aulas e atividades que constituem uma base de dados e informações com fontes de pesquisa diversificadas.
 

6° Edição: trabalhando arte Neoclassica e colonial, homenageando os 409 anos de São Luís em 2021.







                                     



REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
BUENO, Luciana Estevam Barone. Metodologia do ensino de artes visuais. Curitiba, Ibpex, 2008.
COSTA, Francisca da Silva. Leitura de imagem. Texto, 2019.
Entenda as 10 competências gerais que orientam a base nacional comum. Site Porvir:  http://porvir.org/entenda-10-competencias-gerais-orientam-base-nacional-comum-curricular/. Acesso em 10/09/2019.
UTUARI, Solange. Arte por toda parte. São Paulo, FTD, 2016.