Xilogravura do artista maranhense Airton Marinho, retratando a Festa do Divino EspíritoSanto.
Comentaremos aqui sobre as práticas e costumes trazidos pelo povo africano ao Brasil, sua herança e raízes culturais na formação da identidade do povo brasileiro. A arte na forma de danças, ritos, pinturas e esculturas de estética africana. estas, são possibilidades de conhecer o Brasil como um país complexo, multifacetado e algumas vezes paradoxal, oportunizando o conhecimento e a valorização das características étnicas e culturais dos diferentes grupos sociais que convivem no território nacional e a crítica às relações discriminatórias e excludentes, que ainda permeiam a sociedade brasileira.
ARTE AFRICANA
GRANDES CIVILIZAÇÕES AFRICANAS (EGITO)
Antes da chegada dos europeus e do tráfico
de escravizados, a África já tinha uma história
de grandes civilizações, como a do Egito faraônico...
ARTE AFRO-BRASILEIRA
A arte africana chegou ao Brasil através dos escravos, que foram trazidos pelos portugueses durante os períodos colonial e imperial. Em muitos casos, os elementos artísticos africanos fundiram-se com os indígenas e portugueses, para gerar novos componentes artísticos formatando a arte afro-brasileira.
Os
africanos contribuíram para a cultura brasileira nas representações da dança,
música, religião, culinária e na formação de nosso idioma.
O Brasil é um dos países que possui uma das maiores populações negras em todo o mundo. Isso, devido aos mais de 4 milhões de homens, mulheres e crianças que foram trazidos para cá com o comércio de escravos nos meados do século XVI. Os escravos, conseguiram sua liberdade no século XIX, porém continuaram sendo discriminados.
Os
negros africanos partiam de diferentes portos na África, por isso haviam vários grupos étnicos, com línguas e
religiões diferentes. Foram obrigados a deixar
tudo para trás, suas famílias, pertences, mas jamais esqueceram o que
aprenderam em sua terra. As religiões
africanas eram extremamente proibidas no Brasil, aceito apenas a cristã.
Por isso cultuavam suas divindades secretamente, identificavam-nas com nomes de
santos católicos: sincretismo.
ARTE E RELIGIÃO
As
civilizações africanas tem uma visão holística e simbólica da vida. Cada indivíduo é parte de um todo, ligados,
todos em função do cosmos em uma eterna busca
pela harmonia e de equilíbrio. Dando grande importância ao grupo, para que a comunidade viva, cresça e se
fortaleça.
Os
bantos, nagôs e jejes no Brasil colonial criaram manifestações religiosas como o candomblé, religião afro-brasileira
baseada no culto aos orixás praticada atualmente em todo o território nacional. Largamente cultuada também é a umbanda, uma religião sincrética que mistura elementos
africanos com o catolicismo e o espiritismo, incluindo a associação de santos católicos com os orixás.
O
candomblé foi trazido pelos iorubas, originários da Nigéria, pelos Jejes, da costa de
Daomé e pelos Bantus, que vieram de outro ponto da
África.
Quando
rezavam em sua língua para Santa Bárbara, estavam muitas vezes cultuando
também Iansã, quando rezavam para Nossa Sra. da Conceição, cultuavam Iemanjá. O candomblé é uma cerimônia, realizada com batuques de atabaques, cantos em ioruba ou nagô que
variam de acordo com o orixá, realizadas em terreiros. Os ritos são dirigidos por um pai/mãe
de santo (babalorixá ou iabalorixá). No local
são feitas oferendas e consultas
espirituais.
O
candomblé tem uma relação muito especial com a comida. Os devotos faziam muitas oferendas
para os santos. Os africanos
trouxeram também diversificados sabores na culinária: O
pirão, angu, a feijoada, incluindo ingredientes como azeite de dendê, o coco e o café.
Todos são herança dos africanos.
Já a umbanda, incorpora
práticas do candomblé, do catolicismo e do espiritismo. Consideram que o universo está povoado por entidades que se comunicam
através de uma pessoa: o guia, as entidades são muitas e se apresentam em denominações como “pomba-gira”, “caboclo”, “preto-velho”, dentre outras.
Macumba é
uma
designação preconceituosa a
vários
cultos sincréticos influenciados por religiões de raízes africanas, trata-se de um antigo instrumento musical de percussão
africano, semelhante ao reco-reco. Também
deriva de mucumbu, uma
palavra quimbundo que significa “som”. Mas há também uma árvore Magombe, faziam-se tambores que recebiam nomes bem
semelhantes ao nome das árvores,
tais como Ngoma, Ngombe, Makuta,
Makombe.
Mestre Pastinha, Vicente Ferreira Pastinha (1889-1981), já difundia a prática antes da liberação da luta e fundou o Centro Esportivo de Capoeira Angola – CECA, em 1941. O Mestre Bimba, Manoel dos Reis Machado (1900-1974) no ano de 1932 fundou a primeira academia especializada em capoeira chamada Academia Regional, num tempo onde era ainda proibida e reprimida, teve a autorização, ambos na Bahia. O Jongo é uma dança trazida pelo povo bantu, do mesmo tronco do batuque, ambos ancestrais do samba.
No dia 9 de janeiro de 2003 foi decretada a Lei 10.639 que torna obrigatório o ensino da história e cultura Afro-Brasileira nas escolas de todo território nacional, tem como um dos objetivos o combate ao
racismo e a discriminação. Dentro da mesma Lei, o calendário escolar incluiu o dia 20 de novembro como o “Dia Nacional da Consciência Negra”. Em 2015 foi criada a
primeira Graduação de Estudos
Africanos na Universidade Federal do Maranhão - UFMA, uma Licenciatura oferecendo 40 vagas.
As esculturas, na arte africana,
mostram uma arte representativa de membros das cortes de certas nações, nas quais
ocorreu uma organização mais parecida com a das monarquias ocidentais; de divindades e fenômenos da natureza. As formas são essencialmente animistas e também simbólicas.
As máscaras sempre foram as protagonistas indiscutíveis da arte africana. A crença de que possuíam determinadas virtudes mágicas transformou-as no centro das pesquisas. O fato é que, para os africanos, a máscara representava um disfarce místico com o qual poderiam absorver forças mágicas dos espíritos e assim utilizá-las em benefício da comunidade: na cura de doentes, em rituais fúnebres, cerimônias de iniciação, casamentos e nascimentos. Serviam também para identificar os membros de certas sociedades secretas.
O Modernismo, com os movimentos de vanguarda europeus, voltou-se para a cultura africana, que serviu de inspiração para as obras de muitos artistas, como Pablo Picasso recebeu influência da cultura africana na criação de sua arte cubista.
Nas
pinturas, assim como nas esculturas, a presença da figura humana identifica a preocupação com os valores
étnicos, morais e religiosos. Nas estampas são
usados grafismos com traçados usando pontos, linhas e figuras geométricas em cores puras
e vibrantes
A
arte, cuja origem se dá numa sociedade tribal específica, é fonte de prazer estético,
veículo de comunicação entre as esferas
social e sobrenatural, sendo, desse modo,
arte e símbolo, elo de ligação entre passado e presente, cujo papel é socializar,
cultuar, divertir, comunicar. Por isso é um misto de conservadorismo e inovação, e o que permite sua continuidade é a possibilidade de recriação (BARROS, p. 80.).
Nos últimos anos há uma mobilização mundial para a promoção da igualdade racial, a arte tem uma vasta participação neste campo. No Brasil, desde os retratos do cotidiano no período colonial feitas por Jean-Baptist Debret, que exercita a empatia através de suas aquarelas, da publicação de 1792 chamada Viagem Pitoresca pelo Brasil até a obra O Povo Brasileiro de Darcy Ribeiro, que mapeia as raízes na formação da nossa identidade, há um grande espaço de tempo para estreitar e fomentar o combate ao racismo, que já passou por uma negação histórica de que a civilização egípcia tenha sido erguida pelos africanos, mesmo estando geograficamente naquele continente.
Estas fases, refletem e, ao mesmo tempo,
impulsionam o pensamento nacionalista, que se manifesta na política, na
literatura e na arte, em suas quatro linguagens: Artes Visuais, Teatro, Dança e
na Música.
A
historiografia musical produzida no Brasil durante os séculos XIX e XX
guiava-se por referências sobre o Brasil em uma concepção eurocentrista. Os
primeiros relatos sobre a colônia, constituíam, basicamente, impressões de seus
autores, entre cronistas, missionários e viajantes, sobre o que aqui encontraram.
Neste sentido,
a música sacra se manifesta correspondendo à uma camada da população
estrangeira no Brasil. Dentre suas referências temos:
José Maria Xavier (1819-1987) foi um padre representante do fazer
musical brasileiro, de inspiração no Estilo Barroco. Transitando em suas
composições pelos os aspectos da música sacra.
Antônio Carlos Gomes (1836-1896) é considerado o maior compositor de
ópera brasileiro, que também se dedicou em partes para música instrumental e
sacra. Teve seu trabalho reconhecido mundialmente.
O “Guarany” é uma de suas óperas, baseada no romance de José de Alencar, O Guarani. Ela estreou no Teatro Alla Scala de Milão, na Itália, em 19 de março de 1870, com grandioso sucesso. Confira a performance de sua abertura na regência do maestro Anderson Alves.
A música é,
ainda, nacionalmente conhecida por ser tema de abertura da rádio nacional “A
Voz do Brasil” desde 1935 (mudada no período de ditadura, retornando posteriormente).
Henrique Oswald (1852-1931) foi um compositor brasileiro,
pianista e educador. Dirigiu o Instituto Nacional de Música, hoje UFRJ. Possui
composições que remetem ao estilo Clássico (Período Neoclássico da arte).
Alberto Nepomuceno (1864-1920) foi um compositor brasileiro,
fundamental para constituição de certo nacionalismo local, que antecede e muito
ao Modernismo, valorizando o espírito da Arte Romântica (Valorização da natureza, patriotismo,
idealização e fantasia). Tal qual Almeida Júnior
(1850-1899) para as artes plásticas. Também educador antecedeu Henrique Oswald
na direção do Instituto Nacional de Música.
Em outro
contexto sócio musical, a música era popularizada, chegando a ser hostilizada
por parte da sociedade mais conservadora, adepta da cultura eurocêntrica.
Mas que vê no
lundu e na modinha, mais frutífera opção, pois negava-se à nacionalização da
música sacra colonial, considerando-a apenas uma cópia da música europeia. Desta
forma, o lundu e a modinha desenvolvem-se como bases para uma música erudita
nacional.
Mas, nossa
sociedade era produto da mestiçagem racial e cultural, em meio a uma
mentalidade que acreditava na desigualdade das raças, vendo o branqueamento
gradual da população como o caminho para o progresso e tratando a música dos
nativos como primitiva e tumultuada.
Desde o final
do século XIX, já existiam importantes esforços de valorização e resgate da
"música popular", acompanhando de perto as polêmicas criações sobre o
caráter nacional brasileiro.
Vejamos o nosso rico legado!!!
o lundu em fins do século XVIII não era ainda uma dança brasileira, mas uma dança africana no Brasil, e começou a ser mencionada em documentos históricos a partir de 1780. A imagem mostra o lundu praticado no século XIX, gravura de 1835 de Moritz Rugendas.
tornou-se o primeiro gênero musical a ser gravado no Brasil, com a
canção "Isto é bom", na voz de Baiano em 1902 pela Casa
Edison.
O batuque é feito em meio à um círculo formado pelos dançadores, indo para o meio uma pessoa que depois de executar vários passos, vai dar uma umbigada, a que chamam semba, na pessoa que escolhe, a qual vai para o meio do círculo, substituí-lo. Esta descrição é bastante familiar ao povo maranhense, pois o princípio da dança nos remete à prática do Tambor de Crioula, manifestação artística reconhecida como Patrimônio Imaterial da Humanidade.
O lundu era
considerado lascivo, chulo, por sua sensualidade. A dança chegou a ser proibida
no Brasil, mas foi justamente sua languidez que despertou enorme apreço em
muitos colonos, a ponto de começarem a praticar o lundu em seus festejos. Desta
forma, aos poucos o lundu se tornou a primeira manifestação originada entre
os negros a ser aceita pela sociedade colonial.
É um estilo de música conhecida como “o tango brasileiro”. Teve a sua
origem no Rio de Janeiro na segunda metade do século XIX, mais
ou menos quando o tango também dava os seus primeiros passos na Argentina e
no Uruguai, do qual sofreria algumas influências.
Segundo Ernesto Nazaré, em 1885, quando o ator Correia Vasques dançou a música no palco, exatamente como o povo já fazia, em bailes e festas, “lundu e tango, viram maxixe”. Foi criado pelos chorões, conjuntos instrumentais de choro, fazendo uma variante altamente sincopada da habanera, gênero cubano que também era chamado tango-habanera (o primeiro uso da palavra "tango" é datado de 1823, em Havana) e que, na sua variante brasileira, passou a ser chamado "tango brasileiro". Cartaz francês anunciando as danças.
Diferente do lundu, no maxixe todos os pares dançam ao mesmo tempo,
sendo a melodia e a voz externas ao universo dos dançarinos. Até o advento do samba,
o maxixe foi o gênero dançante mais importante do Rio de Janeiro.
Uma das principais compositoras de maxixe foi Chiquinha Gonzaga, tida
até hoje como a precursora das marchinhas de carnaval. Confira a música “Corta
jaca” da artista: https://youtu.be/FbjxquKXEJo.
E nesta interpretação contemporânea:
Como era a dança? Pode conferir aqui: https://youtu.be/AFC8YjI8aMk ou com maior originalidade no vídeo
de 1915: https://youtu.be/pd4rqf7_Mdg.
O samba foi criado no Brasil
e sua origem está nos batuques trazidos pelos negros escravizados, misturados
aos ritmos europeus, como a polca, a valsa, a mazurca, o minueto, mas
acrescentemos as batidas cerimoniais indígenas a esta origem.
Inicialmente, as festas de
danças dos negros escravos na Bahia eram chamadas de "samba". O Recôncavo
Baiano é tido como o berço do samba, especialmente o costume de dançar,
cantar e tocar instrumentos em roda, até mesmo com uso de objetos inusitados
para a extração do som, como caixas de fósforo, talheres e pratos de louça. O Samba de Roda do
Recôncavo Baiano foi reconhecido como patrimônio cultural imaterial brasileiro.
Após a abolição da escravidão, em 1888, e da
instituição da República, em 1889, muitos negros se dirigiram à então capital
da República, o Rio de Janeiro, em busca de trabalho. Porém, qualquer
manifestação cultural africana era vista com desconfiança e criminalizada, como
a capoeira e o candomblé. Com o samba não foi diferente.
O samba ganhou lugar de destaque na música
brasileira, devido ao reconhecimento de compositores de origem erudita como Chiquinha
Gonzaga e Ernesto Nazareth, que utilizaram os ritmos africanos em suas
composições. Ainda não era o samba tal como conhecemos hoje e, por isso, o
chamavam de choro, valsa-choro e até mesmo tango.
Em 1917 foi gravado no Brasil aquele que é
considerado o primeiro samba, com o título "Pelo Telefone", com letra
de Mauro de Almeida e Donga. Leia trecho da música:
"Pelo telefone",
Donga (1916).
“O chefe da polícia pelo telefone manda me
avisar
Que na Carioca tem uma roleta para se jogar
O chefe da polícia pelo telefone manda me avisar
Que na Carioca tem uma roleta para se jogar
Ai, ai, ai,
Deixa as mágoas para trás ó rapaz
Ai, ai, ai,
Fica triste se és capaz, e verás.
Ai, ai, ai,
Deixa as mágoas para trás ó rapaz
Ai, ai, ai,
Fica triste se és capaz, e verás. (...)”
O samba foi entrando nos salões da elite e
pouco a pouco foi se associando ao Carnaval, que até aquele momento, tinha as
marchinhas como trilha sonora. O advento do rádio e o talento de intérpretes
como Carmem Miranda, Aracy de Almeida e Francisco Alves, fizeram o samba cada
vez mais popular em todo Brasil.
Samba de roda; Samba-enredo;
Samba-canção;
Samba-exaltação; Samba de gafieira; Pagode; Samba de breque; Samba
de partido alto; Samba raiz; Samba-choro; Samba rock; Samba-reggae; Bossa nova.
O choro pode ser considerado como a primeira música urbana tipicamente brasileira e, ao longo dos anos, se transformou em um dos gêneros mais prestigiados da música popular nacional, reconhecido em excelência e requinte. Tem como origens estilísticas o lundu, ritmo de inspiração africana à base de percussão, com gêneros europeus. São Luís, capital do Maranhão possui grandes representações neste estilo musical. Tem atém um programa de rádio dominical, chamado Chorinhos e chorões, no ar da Radio Universidade desde a década de 1980. E, ainda, o projeto de fomento a este ritmo, chamado “Rico Choro Com Vida na Praça”, que faz apresentações públicas e gratuitas itinerantes pelas praças da cidade. Confira a qualidade na organização de uma das edições do evento:
A obra mostra claramente a transição de mentalidades transmitida nas artes que fazem a transição do século XIX ao século XX.
Este conteúdo já caiu no Enem!!!!
Confira:
Mais questões do conteúdo geral de MÚSICA aqui
QUESTÕES DE PROVAS JÁ APLICAS QUE SE RELACIONAM AO
CONTEÚDO
QUESTÃO 1 (ENEM
2017)
VALENTIM, R. Emblema 78. Acrílico sobre tela. 73 x 100 cm. 1978. Disponível em: www.espacoarte.com.br.
A obra de Rubem Valentim apresenta emblemas que, baseando-se em signos de religiões afro-brasileiras, se transformam em produção artística.
A obra Emblema
78 relaciona-se com o Modernismo em virtude da:
a) Simplificação de formas da paisagem
brasileira
b) Valorização de símbolos
do processo de urbanização.
c) Fusão de elementos
da cultura brasileira com a arte europeia.
d) Alusão aos símbolos
cívicos presentes na bandeira nacional.
e) Composição simétrica de elementos relativos
à miscigenação racial.
QUESTÃO 2 (ENEM 2009)
Os melhores
críticos da cultura
brasileira trataram-na sempre no plural,
isto é, enfatizando a coexistência no Brasil de diversas culturas.
Arthur Ramos distingue as culturas não europeias (indígenas, negras) das europeias
(portuguesa, italiana, alemã
etc.), e Darcy Ribeiro fala de diversos Brasis: crioulo, caboclo,
sertanejo, caipira e de Brasis sulinos,
a cada um deles correspondendo uma cultura específica.
MORAIS, F. O Brasil na visão do artista: o país e sua cultura. São Paulo: Sudameris, 2003.
Considerando a hipótese de Darcy Ribeiro de que há vários Brasis, a opção em que a obra mostrada representa a arte brasileira de origem negro-africana é:
a)
A alternativa (A) representa formas que remetem aos signos das religiões afro-brasileiras, como a Umbanda e o Candomblé. A alternativa (E) representa um mosaico de origem Greco-romana, a (C) faz referência ao imaginário urbano, enquanto as demais (B) e (D) são figuras abstratas. Portanto, apenas a opção A corresponde à arte brasileira de origem africana.
QUESTÃO 3 (ENEM 2015)
Máscara senufo, Mati. Madeira e fibra vegetal. Acervo do MAE/USP.
As
formas plásticas nas produções africanas
conduziram artistas modernos
do início do século XX, como Pablo Picasso, a
algumas proposições artísticas denominadas vanguardas.
A
máscara remete à
a)
preservação da proporção.
b)
idealização do movimento.
c)
estruturação assimétrica.
d)
sintetização das formas.
e)
valorização estética.
Resposta:
Letra D, A máscara remete a uma manifestação artística mais simples, sintética, sem tantas preocupações com trações, contornos, como pregava a arte mimética, praticada na Europa até então.
QUESTÃO 4 (ENEM 2015)
Ao se apossarem
do novo território, os europeus ignoraram um universo de antiga sabedoria, povoado por homens e bens unidos
por um sistema integrado. A recusa em se
inteirar dos valores culturais dos primeiros habitantes levou-os a uma
descrição simplista desses
grupos e à sua sucessiva
destruição.
Na verdade,
não existe uma distinção entre
a nossa arte e aquela
produzida por povos tecnicamente menos desenvolvidos. As duas manifestações devem ser encaradas como expressões diferentes dos modos de sentir
e pensar das várias sociedades, mas também como equivalentes, por resultarem de impulsos humanos
comuns.
SCATAMACHIA, M. C. M. In: AGUILAR, N. (Org.).
Mostra do redescobrimento: arqueologia. São Paulo: Fundação Bienal de São Paulo – Associação Brasil 500 anos artes visuais,
2000.
De
acordo com o texto, inexiste
distinção entre as artes produzidas pelos colonizadores e pelos
colonizados, pois ambas compartilham o(a)
a)
suporte artístico.
b)
nível tecnológico.
c)
base antropológica.
d)
concepção
estética.
e)
referencial temático.
Resposta:
O texto diz que o resultado vem de “impulsos humanos comuns” – por isso, letra C.
Fontes:
BOZZANO, Hugo. Arte em Interação. São Paulo: Ibep, 2013.
BARROS, Maria Mirtes dos Santos. Arte e estética: uma discussão sobre o belo a partir da arte de sociedades tribais. Ciências Humanas em Revista - São Luís, V. 4, n.1, junho 2006;
BENJAMIN, Roberto. A África está em nós. João Pessoa: Grafset, 2006.
COSTA. Francisca. Do mito fundador: raça e aceitação: Disponível em: http://culturaysociedade.blogspot.com/2011/05/o-mito-fundador.html. Acesso em: 03/07/2020.
FERRARI, Solange dos Santos
Utuari. Arte
por toda parte: volume único. 2. Ed. São Paulo: FTD, 2016.
LEONI,
Aldo Luiz. Historiografia musical e hibridação racial. Revista
Brasileira de Música. Escola de Música – Universidade Federal do Rio de
Janeiro. v. 23, n. 2, 95–119, 2010.
LOPES, Guilhermina. Onde começa a música
brasileira? Olhares da historiografia musical e da etnomusicologia.
http://www.seer.unirio.br/index.php/simpom/article/viewFile/2498/1827,
acesso em 24/01/2021.
MARIOTTO, Gladys. Arte, leitura de mundo.
Curitiba, PR: Expoente, 2011.
Maxixe - o
tango brasileiro!. http://www.vintageandgeek.com.br/2014/06/maxixe-o-tango-brasileiro.html,
acesso em 24/01/2021.
MUNANGA. Kabengele. A Dimensão Estética na Arte
Negro-Africana tradicional. Disponível em:
http://www.macvirtual.usp.br/mac/arquivo/noticia/Kabengele/Kabengele.asp. Acesso em: 04/07/2020.
Musica Brasilis. Lundu: origem da música
popular brasileira. https://musicabrasilis.org.br/temas/lundu-origem-da-musica-popular-brasileira,
acesso em 24/01/2021.
Programa
"As Muitas Histórias da Música Popular Brasileira - O Maxixe" (1974
aprox.). https://youtu.be/NN0Cw-e2GOc, visualizado em
24/01/2021.
RIBEIRO, Darcy. Matriz Afro. 30’. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=_GDkl0-Ro20. Acesso em: 04/07/2020.
VILELA, André. Coleção Telaris 8º ano. São Paulo: Editora Ática.