Artes Visuais: Arte Cristã em suas origens (Paleocristã)

O período medieval foi um longo momento histórico, durou cerca de mil anos. Documenta uma extensa produção artística e intensas modificações estilísticas, que demarcaram grandes rupturas, “mediando” duas festejadas épocas (greco-romana e renascentista), mas favorecendo contribuições incontestáveis para a arte, desmistificando o termo “Idade das trevas”.

A arte produzida nos primeiros séculos é também chamada por estudiosos como Arte Paleocristã ou Arte das Catacumbas!

Enquanto os séculos finais da Idade Média, fazem sua transição para a Arte Renascentista, que resgata, visual e tecnicamente, a antiguidade clássica inspirada no período greco-romano.

ü  Contexto Histórico

A arte do período medieval é toda direcionada para o fortalecimento e expansão do Cristianismo. A pintura, vitrais e escultura, como representação visual da iconografia religiosa, detalharam os escritos bíblicos em Igrejas, Mosteiros, Basílicas e Catedrais, estas receberam grande atenção, elevando a arquitetura como principal legado do período. A música era um recurso para somar solenidade aos rituais religiosos e o teatro voltado para as encenações das passagens e dogmas das “Santas Escrituras”.

A arte era utilizada como instrumento para a educação cristã, como fonte didática, o escritor Gombrich afirma que:

Não se pode fazer jus a qualquer obra de arte medieval sem ter em mente esse propósito. Pois esses artistas não pretendiam criar uma semelhança convincente com a natureza ou realizar belas coisas: queriam comunicar a seus irmãos de fé o conteúdo e a mensagem da História Sagrada. [A Imagem é uma Iluminura com cena de Cristo lavando os pés dos Apóstolos], reproduzida de um livro dos evangelhos que foi ilustrado (ou, como se diz, "iluminado") na Alemanha mais de um século depois, por volta do ano 1000. Representa o incidente contado no Evangelho de S. João (XIII, 4-9). p. 105.

Visualização da imagem da iluminura:

O reconhecimento do Cristianismo como religião foi dado a partir dos anos 300 d.C, pelo Imperador de Roma, e as primeiras Igrejas cristãs receberam influências das construções do Império Romano. No início da expansão cristã, havia uma mistura de referências visuais entre as identidades cristãs e “pagãs”. É consensual ponderar que muitas atividades, tidas como “pagãs”, foram incorporadas ao Cristianismo como forma de cativar a conversão de fiéis.

Mas antes disso, na primeira fase, a das catacumbas, possuía ação evangelizadora, de divulgação dos valores cristãos, lembrando que o Cristianismo pregava o monoteísmo, que ia de encontro aos valores panteístas romanos em suas crenças em vários deuses.

Dessa forma, os cristãos passaram a ser perseguidos das mais variadas formas. Eram torturados publicamente, lançados ao furor de animais violentos, empalados, crucificados e, até mesmo, queimados em vida. Para redimir e orar pelos seus mártires, os cristãos passaram a enterrá-los nas chamadas catacumbas. Estas funcionavam como túmulos subterrâneos onde os cristãos faziam seus encontros evangelizadores, entoavam canções e ornavam com imagens que manifestavam sua confissão religiosa. São reconhecidos alguns símbolos registrados de formas pontuais nas paredes das catacumbas. Imagem de Afresco feito em uma catacumba que ficava na Via Latina (estrada romana),

·         a cruz - símbolo do sacrifício de Cristo;

·         a palma - símbolo do martírio;

·         a âncora - símbolo da salvação, a vida do cristão ancorada em base sólida;

·         o bom pastor- jesus é o bom pastor que conduz seu rebanho;

·         o peixe - o símbolo preferido dos artistas cristãos.

 A Arte Medieval é comumente dividida em três períodos estilísticos: Românico, Bizantino e Gótico.

 

ü  Principais características da arte cristã primitiva:

 

• Uso de Catacumbas: cavernas, buracos ou estruturas subterrâneas usadas para o sepultamento dos corpos dos cristãos recém-convertidos.
• Surgimento do Cristianismo: O Império Romano.
• A perseguição do Império Romano.
• Edito de Milão: Mediolano promulgado em 13 de junho de 313 foi um documento proclamatório para no qual se determina que o Império Romano seria neutro em relação ao credo religioso, acabando oficialmente com toda perseguição aos cristãos.
• Religião oficial do Império Romano: ano de 391.
• Em princípio, essas pinturas limitavam-se a representações de símbolos cristãos:
• A cruz, a Âncora, o Pão, a Palma da Mão, e o Peixe, que em grego era traduzido como ICTHYS (um anagrama).
• Mais tarde, começaram a aparecer cenas do Antigo e do Novo Testamento.

 

VAMOS PRATICAR?

 

Questão 1 (Instituto Machado de Assis - 2018 - Prefeitura de Luís Correia - PI - Professor de Artes)

A Arte Cristã Primitiva ganhou força a partir do ano 390 d.C, após o reconhecimento do cristianismo como religião oficial do Estado romano. Assinale a alternativa que não apresenta uma característica da arte cristã primitiva.

a)    É a arte que surge nas catacumbas

b)    É executada por pessoas que não eram grandes artistas

c)    É executada principalmente nas catedrais com a presença de vitrais com temas religiosos

d)    É realizada por pessoas que seguiam os ensinamentos de Jesus Cristo

 

 

 NÓS PESQUISAMOS AQUI!

 

BOZZANO, Hugo. Arte em Interação. São Paulo: Ibep, 2013.

FERRARI, Solange dos Santos Utuari. Arte por toda parte: volume único. 2. Ed. São Paulo: FTD, 2016.

GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC Livros Técnicos e Científicos, 1995.

LEMOS, Sueli. Arte Bizantina: arte na Idade Média. São Paulo: Instituto Callis, 2013.

____________. Arte Gótica: arte na Idade Média. São Paulo: Instituto Callis, 2013.

____________. Arte Islâmica: arte na Idade Média. São Paulo: Instituto Callis, 2013.

____________. Arte Românica e Bárbara: arte na Idade Média. São Paulo: Instituto Callis, 2013.

REIS, Eliana Vilela dos. Manual compacto de Arte – ed. Rideel – 2010.

 

 

 *Texto produzido em 2020 para a Plataforma Gonçalves Dias, do Governo do Estado do Maranhão.