É um estilo artístico que se situou na transição entre a Arte Renascentista e a Arte Barroca, desenvolveu-se em Roma, por volta de 1520 até meados de 1610. O termo tem origem na expressão italiana la bella maneira e significa “a bela maneira”, o que ainda é visto para muitas pessoas como conotação original de afetação e imitação superficial. Tratava-se de uma tendência para a estilização exagerada que se transformou na sua identidade, extrapolando assim, as rígidas linhas dos modelos clássicos. Por isso, muitos historiadores consideram este estilo como o primeiro modernista. Um exemplo é a obra “O juízo final” de Michelângelo em sua fase madura, visualizada no detalhe que mostra a alegoria de São Bartolomeu segurando a própria pele, esta possui a face modelada como a face do próprio artista, autorretratando-se.
Na pintura de Tintoretto e de El Greco houve
o crescimento de ideias que adquiriram importância cada vez maior na arte do
século XVII: a ênfase sobre a luz e a cor; o desprezo pelo equilíbrio simples;
e a preferência por composições mais complicadas, composição típica desse estilo apresenta um
grupo de figuras dispostas umas sobre as outras, num equilíbrio aparentemente
frágil. As imagens são unidas por contorções extremadas e o alongamento
exagerado dos músculos.
Características
· Período marcado pela Reforma Protestante; a religiosidade em seus temas, tanto em telas quanto em afrescos.
·
Pintura teve ainda temas históricos, mitológicos greco-romanos e retratos;
·
Escultura com distanciamento da realidade e feita com inspiração na obra
de Michelangelo;
· Imagem humana retratada de forma alongada, concedendo solenidade e
elegância à composição;
·
Valorização da originalidade e das interpretações individuais, autoria,
marca reconhecível;
·
Maior dinamismo e complexidade de suas formas;
·
Artificialismo no tratamento dos seus temas, a fim de se adquirir maior
emoção, elegância, poder ou tensão.
Antonio Correggio (1489-1534), foi contemporâneo dos renascentistas Michelângelo e Rafael. O artista produziu obras com tema religiosos e mitológicos. Com suntuosidade e refinamento em suas composições de cenas. A Imagem é uma foto do afresco Ascensão da Virgem, na parte central do teto da Catedral de Parma.
Giuseppe Arcimboldo (1527-1593), foi um pintor italiano considerado o mais irreverente representante do Maneirismo. Suas pinturas mostram composições de frutas, legumes, animais e objetos exóticos queque dão forma a figuras humanas. O pintor utilizou em cada tela, elementos que correspondessem ao tema retratado; assim, “A Primavera” é composta basicamente por flores, “O Verão”, por frutas próprias dessa estação, “O Outono”, por folhas e frutas dessa época do ano e “O Inverno”, por uma "árvore sem folhas". O mesmo acontece com o restante de sua obra que foi inspiração para a Arte Surrealista.
Parmigianino (1503-1540) foi um pintor italiano que buscava causar a sensações e emoções estranhas na contemplação de suas obras. A dimensão de seus personagens e sua expansividade tomam forma única e particular. Como mostra a imagem da pintura Madona com Longo Pescoço, a mesma traduz as características visuais que nomeiam este estilo artístico.Tintoretto (1518-1594) pintor italiano de grande notoriedade e representação do estilo maneirista, pois suas obras demonstram grande energia dramática e utilização perspectiva acentuada e dos efeitos da luz fez dele um dos precursores do estilo Barroco. Sua “Ultima ceia” é um exemplo fiel da transição entre o Maneirismo e o Barroco, contrastando significativamente com a obra de feições clássica de Leonardo Da Vinci.
O Rococó
Período estilístico surgido e desenvolvido na França,
mas influenciou artistas de outras nacionalidades, principalmente alemães,
austríacos e italianos. Sucedeu a arte
barroca, tendo sido marcado pelo exagero e nas ornamentações, em uma arte
carregada de ostentação e essencialmente aristocrática.
Será que tanta pomposidade é o que fez chegar até o
último século a aura francesa como fonte de bom gosto e refinamento?
Para o historiador e crítico de arte Arnold Houser, o
Rococó expressa a beleza, a graça da vida, seduzindo e encantando. Possui maior
leveza e fluidez em uma linguagem formal, mas sensual e delicada. A pintura
ganha um cenário idílico e bucólico da paisagem, e o retrato começa a ser encomendado
por um público consumidor, o que antes era privilégio do clero e realeza, pela
ascensão do capitalismo, da burguesia e declínio da monarquia francesa. p. 509.
É neste contexto que germina a Revolução Francesa, nos primeiros
ideais revolucionários, pelo descontentamento do que é visualmente ostentado na
vida palaciana, no registro das extravagâncias da aristocracia e de seus
retratos contrastando com a situação geral da vida do povo.
Mas é de uma arte de encanto, beleza e graça que estamos descrevendo, observada na pintura “O Balanço” (1766) de Jean-Honoré Fragonard, uma das mais famosas do período.
O
estilo Rococó:
A origem do termo é dada pela presença de elementos
inspirados em conchas (rocaille,
a provável origem do nome, pode ser traduzido como concha), espirais e volutas.
A decoração mostra seu potencial no afresco do teto do Palácio de Wurzburg, na Alemanha, uma das obras mais celebradas do ao artista Giovanni Battista Tiepolo (1696-1770), “Alegoria dos Continentes”, com figuras de deuses mitológicos e figuras históricas – um exemplo da estética visual do período, fruto do gosto da aristocracia francesa do século XVIII, a obra pertence.
As características do período são bastante visíveis também na arquitetura da Igreja Wieskirche, na Alemanha, pelo uso de ornamentação dourada e curvilínea, a representação de elementos da natureza e os afrescos ricos em detalhes.
O mobiliário do período é bastante reconhecível no Brasil, pois veio com a família real portuguesa, no período de colonização. E, também, na arquitetura colonial brasileira, tendo boa parte dos conjuntos arquitetônicos tombados pelo IPHAN e Unesco, datados dos momentos em que a história da arte vivia o classicismo europeu.
No maranhão, visualizamos a influencia do Rococó na ornamentação da
Catedral de São Luís, a Igreja da Sé, da imagem acima e, na imagem abaixo, no
mobiliário do Palácio dos Leões.
A escultura também assume um importante caráter
decorativo, expressando charme, brilho, ternura, espiritualidade, delicadeza e
sensualidade, “substituindo o maciço estatuesco e realisticamente espaçoso
do barroco”, p.527. A imagem
mostra a obra “A
ameaça do Cupido” (1757) do escultor francês Etienne-Maurice Falconet.
Principais características do estilo Rococó:
·
Crítico do Estilo Barroco, e sua dramaticidade
soturna;
·
Uso de muitos adornos;
·
Uso de cores mais claras e em tons pastéis, luminosidade;
- uso excessivo de tons
dourados na pintura e na ornamentação;
·
uso de curvas acentuadas, espirais e volutas;
·
Pinturas de paisagens burlescas, festivas e
tranquilas;
·
Retrata a frivolidade e luxo da realeza da época:
afetada e superficial;
·
Pastoril simbólico e bucólico;
·
Temas: nudez, históricos, mitológicos o os prazeres humanos (hedonismo);
- Inspiração nas formas da
natureza;
- No mobiliário e na decoração
havia uso de espelhos e madeira;
- Era um estilo
predominantemente decorativo.
Artistas e suas obras em destaque:
- Antoine Watteau (1684-1721): Obras mais
famosas estão Peregrinação à ilha de Cítera, Pierrot e Os
dois primos.
- Giovanni Battista
Tiepolo (1696-1770):
pintou O banquete de Cleópatra, Retrato de mulher como Flora e
os afrescos do Palácio de Wurtzburgo.
- Jean-Baptiste Chardin (1699-1779): Obras
como A lavadeira, O buffet, Cesta de pêssegos e Bolhas
de sabão.
- François Boucher (1703-1770): Obras
importantes como O banho de Diana, O triunfo da Vênus e Vênus
consolando o Amor.
- Francesco Guardi (1712-1793): Obras Vista
da Ponte de Rialto, Piazza San Marco e Procissão noturna
na Piazza San Marco.
- Thomas Gainsborough (1727-1788): Obras O
menino azul, O carrinho de mercado e O passeio matinal.
- Jean-Honoré Fragonard (1732-1806):
pintou O balanço, A fonte do amor e O beijo
roubado.
Étienne Falconet (1716-1791): pintou O oráculo, A ameaça do Cupido, Flora, Vênus das pombas.
VAMOS PRATICAR?
QUESTÕES DE PROVAS JÁ APLICAS QUE SE
RELACIONAM AO CONTEÚDO:
Questão 1 (ENEM 2022)
EL GRECO. Laocoonte. Óleo sobre tela, 1,37cm x 1,72cm. National Gallery of Art, Washington, Estados Unidos, circa 1610-1614. Disponível em: https://images.nga.gov. Acesso em: 28 jun 2019 (adaptado).
Essa impressionante obra apresenta o sacerdote Laocoonte sendo punido pelos deuses por tentar alertar os troianos da ameaça do Cavalo de Troia, que escondia um grupo de soldados gregos. Enviadas pelos deuses, serpentes marinhas são vistas matando Laocoonte e seus dois filhos como forma de punição.
KAY, A. In: FARTHING, S. (Org.). Tudo sobre arte.
Rio de Janeiro: Sextante, 2011 (adaptado).
Produzida no início do século XVII, a obra maneirista distingue-se pela
a) representação da nudez masculina.
b) distorção ao representar a figura humana.
c) evocação de um fato da cultura clássica grega.
d) presença do tema da morte como punição da família.
e) utilização da perspectiva para integrar os diferentes planos.
Resposta: Letra B
A distinção da obra maneirista apresentada no texto I se dá pela distorção nas formas físicas humanas. Tal aspecto é comum dentre as obras do maneirismo, visto que a representação dos indivíduos é marcada por um alongamento dos corpos, conforme é possível observar na tela “El Greco”.
Questão 2 (FGV 2013)
"Hora do Canto,
aulas de flauta, de cerâmica, o curso de História da arte espanhola, El
Greco... Ainda lembro exatamente do quebra-cabeça com uma pintura de Arcimboldo".
Abaixo está copiado um quadro de Arcimboldo, de
que a autora se lembra, por ter sido um dos seus quadros motivo de um
quebra-cabeça.
O quadro é adequado para um quebra-cabeça em razão da dificuldade de montagem, devido à
a) uniformidade de elementos.
b)semelhança de formas.
c) indefinição da imagem.
d) falta de proporcionalidade.
Questão 3 - Prefeitura de Manaus (2010)
I – A característica mais marcante das pinturas
de Caravaggio é o modo como ele utiliza a luz; por isso ele é conhecido como o
fundador do estilo Luminista.
II – As pinturas
de Tintoretto têm duas características principais: os corpos das figuras são
mais expressivos do que os rostos, e a luz e a cor utilizadas nos quadros são
de grande intensidade.
III – As obras de El Greco trazem como
característica principal a verticalidade das figuras.
IV – Além do contraste entre luz e sombra nos
trabalhos de Rembrandt, o que mais chama atenção é a gradação da claridade, os
meio tons e as penumbras que envolvem áreas de luminosidade mais intensa.
A quantidade de itens certos é igual a
a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
Questão 4 (Enem
2012)
BARDI, P. M. Em torno da escultura no Brasil.
São Paulo: Banco Sudameris Brasil, 1989.
Com contornos assimétricos, riqueza de detalhes nas vestes e nas
feições, a escultura barroca no Brasil tem forte influência do rococó europeu e
está representada aqui por um dos profetas do pátio do Santuário do Bom Jesus
de Matosinho, em Congonhas (MG), esculpido em pedra-sabão por Aleijadinho.
Profundamente religiosa, sua obra revela
a)
liberdade, representando a
vida de mineiros à procura da salvação.
b)
credibilidade, atendendo a
encomendas dos nobres de Minas Gerais.
c)
simplicidade, demonstrando
compromisso com a contemplação do divino.
d)
personalidade, modelando uma
imagem sacra com feições populares.
e)
singularidade, esculpindo
personalidades do reinado nas obras divinas.
Resposta:
Letra D. As esculturas de Aleijadinho têm forte personalidade e também
tenta caracterizar, nos traços do rosto, pessoas populares.
Questão 5 (Ufes)
a)
Apresenta
sensualidade típica das manifestações escultóricas do rococó.
b)
Apresenta
linhas sinuosas, características do estilo rococó
c)
Apresenta
dimensões reduzidas, por ser uma réplica de um tema de esculturas monumentais.
d)
Apresenta
pequenas dimensões que, aliadas ao material, caracterizam a graciosidade e o
requinte do rococó.
e) Apresenta o caráter
alegre do estilo rococó
Resposta: letra C
NÓS PESQUISAMOS AQUI!
BOZZANO, Hugo. Arte em Interação. São Paulo: Ibep,
2013.
FERRARI,
Solange dos Santos Utuari. Arte por toda
parte: volume único. 2. Ed. São Paulo: FTD, 2016.
GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC Livros Técnicos e
Científicos, 1995.
SPENCE, David. Grandes artistas: vida e obra. São Paulo: Editora
Melhoramentos, 2014.
HOUSER, Arnold. História Social da Arte e da Literatura. São
Paulo: Martins Fontes, 1998.
MARIOTTO, Gladys. Arte, leitura de mundo. Curitiba, PR: Expoente,
2011.
REIS, Eliana Vilela dos. Manual compacto de Arte – ed. Rideel – 2010.
*Texto produzido em 2020 para a Plataforma Gonçalves Dias, do Governo do Estado do Maranhão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário