quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

ROMANTISMO: A arte entre os séculos XVIII e XIX

 

* A Capa do disco "Viva la Vida", da banda inglesa Cooldplay, de 2008, faz duas releituras: das obras "A liberdade guiando o povo" de Deacroix e da obra Viva la vida, uma natureza morta tida como a ultima pintura feita pela artista mexicana Frida Kahlo.

ü  Contexto Histórico da estética do Romantismo

O Romantismo foi um movimento filosófico, literário e artístico que surgiu no final do século XVIII até o século XIX. O termo “romântico” significa “sentimental”, um dos aspectos mais evidentes deste período e que caracteriza toda sua produção artística. 

Mas, dentre muitas características, valoriza o espírito nacionalista, o sentimento, a subjetividade, o idealismo e a fé, valores ignorados pelo Período anterior, o Neoclassicismo. Tinha uma visão contrária ao racionalismo clássico e ao iluminismo.

Toda a arte deste período, mostra, a consciência individual dos artistas, pois intenção era a expressão, o sentimento puro e simples, refletindo o que estava acontecendo ao seu redor e os seus anseios.

Lembrando que a Europa estava abalada em um século agitado por mudanças sociais, políticas e culturais, causadas pela Revolução Industrial (que provocou a divisão econômica do trabalho e o começo da especialização da mão-de-obra) e pela Revolução Francesa (em que a sociedade lutou em busca da valorização dos direitos individuais). 

A imagem mostra a obra A liberdade guiando o povo símbolo da Revolução Francesa, feita por Eugène Delacroix – Artista francês que causa um intenso clamor e comprometimento político em suas obras. Personificou alegorias, fazia com que a arte funcionasse como uma festa para os olhos de quem a observava.

Principais características da Arte no Romantismo:

·      Temas (assuntos) retratados: mitológicos, religiosos, natureza morta, paisagem, retrato, autorretrato, histórico, alegórico, marinha e dia a dia dos pintores;

·       Valorização da natureza, da imaginação, da fantasia;

·       Valorização dos sentimentos, como os de Liberdade, Igualdade e Fraternidade tão importantes na Revolução Francesa estavam presentes na arte; Patriotismo, idealização da mulher e fuga da realidade.


Artistas e obras do período:


Goya (1746-1828) – Artista espanhol que pintou e gravou retratos de pessoas famosas da corte espanhola, pessoas simples do povo, imagens terríveis da guerra, telas com monstros, cenas da história além das lutas empreendidas em nome da liberdade e revela uma crítica social em suas obras. Imagem mostra a obra “Os Fuzilamentos” que data de 3 de maio de 1808.




Eugène Delacroix (1799-1863), descrito no início do texto.


Gericault (1791-1824) – Foi influenciado pela obra do artista Neoclássico, Jacques-Louis David e dedicou-se a copiar os artistas Barrocos, Rubens, Velázquez e Caravaggio. Sua obra mais célebre é A Balsa da Medusa, um monumental óleo sobre tela que está exposta no Museu do Louvre em Paris, mede 4,91 m x 7,16 m.


Willian Turner (1775-1851) – Sua obra é toda situada na observação da natureza da natureza em especial telas que buscam fazer um estudo completo a respeito da luz e sombra. Dentre os destaques das suas obras podemos citar “O Grande Canal, Veneza” e “Vapor e Velocidade”. Existe a criação de uma atmosfera da paisagem com essas telas, uma inspiração para os artistas do Estilo Impressionista.


John Constable (1776-1837) – seus trabalhos eram voltados para a representação da natureza, retrata os lugares idílicos, pastoris e bucólicos em que ele mesmo nasceu e viveu. Com a luz em suas obras, conseguiu um efeito vivo e sereno.  Dentre elas, podemos destacar: A Carroça de Feno.

 

François Rude – o trabalho deste artista tem em destaque os ornamentos escultóricos nas estátuas para o Arco do Triunfo, em Paris, chamado de "A Marselhesa" (ou "Partida dos Voluntários de 1792"), que personifica o Hino Nacional Francês. Ela simboliza a França, enquanto pátria-mãe, chamando os voluntários para lutar pelo país e sobre esses estendendo suas asas protetoras. A mulher com asas simboliza o Espirito de Liberdade e incita o povo para a luta.


  
... E no Brasil?

O romantismo brasileiro marcou a história de toda a arte de nosso país. coincidiu com a Independência política do Brasil em 1822, com o Primeiro reinado, com a Guerra do Paraguai e com a campanha abolicionista.

Na literatura, teve seu início em 1836 com o livro “Suspiros Poéticos e Saudades”, de Domingos José Gonçalves de Magalhães.

Mas, antes disso na Arte recebeu a Missão Artística francesa, em 1816. Com o objetivo de estabelecer o ensino oficial das artes plásticas e acabou influenciando o cenário artístico brasileiro, além de estabelecer o ensino acadêmico inexistente até então.

A obra de José Maria de Medeiros, “Iracema” (1884), representa bem o romantismo na arte brasileira.

VAMOS PRATICAR?

QUESTÕES DE PROVAS JÁ APLICAS QUE SE RELACIONAM AO CONTEÚDO:

Questão 1 (UEL)

Assinale a alternativa que completa adequadamente a asserção:

O Romantismo, graças à ideologia dominante e a um complexo conteúdo artístico, social e político, caracteriza-se como uma época propícia ao aparecimento de naturezas humanas marcadas por

a) teocentrismo, hipersensibilidade, alegria, otimismo e crença.
b) etnocentrismo, insensibilidade, descontração, otimismo e crença na sociedade.
c) egocentrismo, hipersensibilidade, melancolia, pessimismo, angústia e desespero.
d) teocentrismo, insensibilidade, descontração, angústia e desesperança.
e) egocentrismo, hipersensibilidade, alegria, descontração e crença no futuro.

 Resposta: Letra C

 

Questão 2 (UFV)

Assinale a alternativa falsa:

a) Romantismo, como estilo, não é modelado pela individualidade do autor; a forma predomina sempre sobre o conteúdo.

b) Romantismo é um movimento de expressão universal, inspirado nos modelos medievais e unificado pela prevalência de características comuns a todos os escritores da época.

c) Romantismo, como estilo de época, consistiu basicamente num fenômeno estético-literário desenvolvido em oposição ao intelectualismo e à tradição racionalista e clássica do século XVIII.

d) Romantismo, ou melhor, o espírito romântico, pode ser sintetizado numa única qualidade: a imaginação. Pode-se creditar à imaginação a capacidade extraordinária dos românticos de criarem mundos imaginários.

e) Romantismo caracterizou-se por um complexo de características, como o subjetivismo, o ilogismo, o senso de mistério, o exagero, o culto da natureza e o escapismo.

Resposta: Letra A

 

Questão 3 (UFSC)

           

O quadro é do pintor francês Eugène Delacroix (1798 – 1863) e é intitulado “A Liberdade guiando o povo”, datado de 1830. Este quadro tornou-se uma das representações mais famosas da Revolução Francesa, pois: 

a)           nele podemos observar todas as características do simbolismo, bem como a representação de todas as classes que participaram da fase inicial do movimento, com destaque para a bandeira tricolor criada pelos revolucionários, levada pela figura que lembra a participação intensa e fundamental das mulheres no processo.

b)           utiliza uma linguagem de fácil entendimento, onde é possível depreender todas as fases da Revolução Francesa numa só imagem, situando a obra no contexto da arte impressionista.

c)            tornou-se também um ícone do estilo rococó, do qual Delacroix é um dos fundadores e permite observar o caráter violento da Revolução.

d)           sintetiza, com traços pertencentes ao romantismo francês, as ideias fundamentais da revolução, representadas pela bandeira revolucionária, levada pela mulher que constitui a personificação da liberdade, e pela presença de personagens que representam a burguesia e os sans-culottes, linha de frente do movimento antimonárquico.

Resposta: Letra D

 

NÓS PESQUISAMOS AQUI!

 

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 6ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 2012.

GOMBRICH, E. H. A história da arte. Rio de Janeiro: LTC Livros Técnicos e Científicos, 1995.

HOUSER, Arnold. História Social da Arte e da Literatura. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

MARIOTTO, Gladys. Arte, leitura de mundo. Curitiba, PR: Expoente, 2011.

REIS, Eliana Vilela dos. Manual compacto de Arte – ed. Rideel – 2010.



*Texto produzido em 2020 para a Plataforma Gonçalves Dias, do Governo do Estado do Maranhão.

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